domingo, abril 27, 2008

Blablabla DJs Cool Session

Apesar de acelerar ao longo do percurso, este é um set mais chill out do que o habitual. Bebeu também alguma inspiração da fundamental compilação "The Rebirth Of Cool Phive", editada em 1995. Daí ter recebido o título de «Cool Session». Podem ouvir, fazer o download ou subscrever o podcast no sítio do costume.

01 - Dexter - End Credit
02 - Cat Power - New York
03 - Nancy Vieira - Nha Kumadri
04 - Bomb The Bass - Big Powder Dust (La Funk Mob Remix)
05 - Tricky - Hell Is Round The Corner
06 - Massive Attack - Karmakoma (Portishead Experience)
07 - MGMT - Electric Feel
08 - Radiohead - Just (Mark Ronson Remix)
09 - Lightspeed Champion - Tell Me What It's Worth
10 - Vampire Weekend - I Stand Corrected
11 - Cardigans - Carnival
12 - Goldfrapp - Caravan Girl
13 - Mark Ronson - Pretty Green
14 - Kanye West & Daft Punk - Stronger
15 - Missy Elliot - Get Ur Freak On
16 - Hot Chip - Ready For The Floor
17 - Led Zeppelin - Immigrant song
18 - MGMT - Kids
19 - Télépopmusik - Smile
20 - Freeze Pop - Swimming Pool
21 - Battle - Atlas
22 - Dexter - Credit

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Balanço de 2007*

Discos Portugueses (a lista internacional seria muito grande):
The Allstar Project «Your Reward... A Bullet» (Rastilho)
Sanryse «Vivendo Iludidos Diariamente Ainda» (Footmovin')
Mazgani «Song Of The New Heart» (Naked/Independent)
Micro Audio Waves «Odd Size Baggage» (Magic Music)
Paula Oliveira «Fado Roubado» (Universal)

+ DVD's Musicais:
Sigur Rós «Heima» (EMI)
Paul McCartney «The McCartney Years» (Warner)
R.E.M. «Live» (Warner)
Scissor Sisters «Hurrah, A Year of Ta-Dah» (Universal)
Rufus Wainwright «Judy! Judy! Judy!» (Universal)

+ Festivais de cinema:
A meu ver, 2007 foi um ano menor ao nível dos festivais de cinema nacionais. Muita oferta, pouca qualidade. Ainda assim, os aplausos vão para os suspeitos do costume - Fantasporto, Curtas de Vila do Conde, Imago, DocLisboa - e, ainda, para o benjamim Festival de Cinema Europeu do Estoril, que fica na história pelos nomes que trouxe a Portugal - Almodóvar, Lynch e Corbijn. Mais do que qualquer outro, o Indie Lisboa merece o "prémio" «Don't Believe The Hype/Tantas Salas Simultâneas e Nada de Jeito Para Ver». Também foi muito feia a manobra de diversão que encenaram a meio do Festival de Cinema Europeu do Estoril para lançarem uma... reformulação gráfica.

+ Filmes & séries de TV:
Além das doses cavalares de filmes orientais (entre os quais os belíssimos «Paprika» e «Stranger Of Mine»), 2007 foi o ano de «Sicko», «Death Proof», «Planet Terror», «Jellyfish», «C.R.A.Z.Y.», «California Dreamin' (Endless)», «Bal-Can-Can» ou «Wristcutters: A Love Story».
E de muitas e boas séries (umas melhores, outras piores) como «Dexter» (temporadas 1 e 2), «October Road» (1 e 2), «Californication», «The Shield», «House», «Sopranos», «Arrested Development», «The Simpsons», «South Park», «Bionic Woman», «Pushing Daisies», «Ugly Betty», «L Word», «Heroes» ou «Prison Break».

+ Livros:
Infelizmente não tenho muito tempo para ler, mas para além dos óbvios Peixoto e Lobo Antunes, li com muito agrado «O Homem Que Queria Ser Lindbergh» de João Lopes Marques - uma obra muito actual sobre a Nova Europa, viagens, companhias low-cost, infidelidades e "esqueletos nos armários" - e «As Lendas do Quarteto 1111» de António Pires - fascinante viagem no tempo contada pelas memórias dos protagonistas na primeira pessoa (fazem falta biografias como esta; António Pires, Nuno Galopim, João Carlos Callixto ou Vítor Junqueira: prossigam com mais edições, por favor).

+ Concertos & festivais de música:
Apesar de o som ter estado muito abaixo da média, o Primavera Sound, em Barcelona, continua a ser um grande festival para quem gosta de música independente (rock/electrónica). Este ano foi possível ver por lá belos concertos como os de Comets On Fire («Blue Cathedral»), Fujiya & Miyagi, Blonde Redhead, Band Of Horses (apesar das dificuldades técnicas), Beirut, Hot Chip, Black Mountain, DJ Yoda, Sonic Youth («Daydream Nation»), The Long Blondes, Battles, Grizzly Bear, Shitdisco, Nathan Fake, Erol Alkan ou Of Montreal, e ainda showcases organizados pelo MySpace com alguns dos artistas agendados para os diversos palcos, como o caso dos Maxïmo Park e Grizzly Bear a actuarem em formato acústico. Uma excelente ideia que alguém devia "plagiar" para Portugal.
Glastonbury... Foram tantas e tão diversas as emoções e sensações ao longo daqueles 4 dias que é difícil verbalizar - Björk inovadora na multimédia, Iggy Pop com invasão de palco de 300 pessoas, Killers com fogo de artificio e Gossip na tenda John Peel foram os highlights mas, por exemplo, gostei muito do Patrick Wolf e do Mika - choque; o álbum não vale um chavo, mas ao vivo o gajo rodeia-se de excelentes músicos e não haja dúvidas de que sabe bem o que está a fazer; ver a relva bem verdinha, o pôr-do-sol na "mini-Stonehenge" do recinto, antes da chuva e do incrível lamaçal que se formou em três tempos; o filme fabuloso que é «This Is England»...
Em Portugal, depois do Creamfields (também conhecido como Rock In Rio dos pobrezinhos), o Alive! trouxe finalmente White Stripes e Beastie Boys a Portugal (além de outras bandas mais pequenas). Se os White Stripes já viveram melhores dias (Primavera Sound 2003 foi fabuloso e Glastonbury 2005 foi muito bom), o mesmo não poderei dizer dos Beastie Boys (Trans Musicales 2004 não foi tão bom), que deram um espectáculo interessante no Alive! e outro memorável na Aula Magna (capazes de improvisar contra a vontade do Tour Manager, chateado pela oferta não programada de «3 MC's And One DJ»). Do SBSR safaram-se os Gossip, Scissor Sisters, Arcade Fire e LCD Soundsystem (o resto foi um lodo previsível com o pior som de sempre; excepção para Clap Your Hands, Klaxons, The Jesus And Mary Chain e Interpol que foram péssimos). Com Vilar de Mouros em off inventa-se um festival em três tempos com bons artistas mas pouca promoção. O Dance Station - mesmo assim, festival electrónico do ano, a anos-luz do Creamfields - teria corrido melhor em dois dias, com as actuações a começarem depois das 22h (evitando que Erol Alkan e Chk Chk Chk tocassem para meia dúzia de pessoas) e palcos simultâneos a menos de 2 km com obstáculos pelo meio. E que dizer do FMM Sines? Ao nono ano continua fresco em propostas, com excelentes concertos e grandes condições de visualização/acústicas. Gogol Bordello foi, sem dúvida, senão o concerto, um dos melhores concertos do ano. E Paredes de Coura, claramente em ano menor, que os teve logo a seguir, coloca-os a meio da tarde. Claro que dão o melhor concerto do festival, mas bolas, teria sido muito melhor (re)vê-los a fechar um dos dias. Antes disso, a Sudoeste algo de novo. Três palcos a sério com concertos concorridos e interessantes. Destaque para The National, Of Montreal, Datarock, Patrick Wolf, Vanessa da Mata, I'm From Barcelona e para os sempre dinâmicos Babylon Circus. Entretanto, na ilha de Santa Maria, no festival Maré De Agosto, um encontro informal entre o brasileiro Marcelo D2 e o português Sam The Kid causava sensação. Uma colaboração que resulta em pleno. Na recta final do ano Portugal assiste aos belos concertos de Seu Jorge, Xutos multimédia no Campo Pequeno e reuniões históricas do Quarteto 1111 no Campo Pequeno e no MusicBox. Para o ano há mais.

2008:
Bilhetes para os concertos mais baratos e com as condições acústicas, sobretudo dos festivais, melhoradas.
Mais e melhores documentários musicais feitos em Portugal.

*Texto do Blablabla Filipe Pedro publicado no boletim da Flur